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Joias de quase R$ 3 milhões que foram da apresentadora Hebe Camargo são furtadas na casa da filha do cantor Nelson Gonçalves

Empresária Lilian Gonçalves diz que foram levados colar, brincos de brilhantes, anéis de ouro e rubi que comprou de Hebe. Funcionária da vítima vendeu 4 joias por R$ 25 mil à loja em São Paulo. Parte das peças foram recuperadas pela polícia e mulher foi indiciada por furto.

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Pelo menos sete joias, avaliadas em quase R$ 3 milhões, e que pertenceram a apresentadora de TV Hebe Camargo (morta em 2012) foram furtadas, na semana passada, na casa da empresária Lilian Gonçalves, no Alto de Pinheiros, bairro de alto padrão na Zona Oeste de São Paulo.

Lilian é proprietária de bares e casas noturnas na capital. A vítima também é filha do cantor Nelson Gonçalves (morto em 1998), e havia comprado os objetos pessoais de Hebe após sua morte.

Ela contou ao g1 ter pago US$ 600 mil (R$ 2.928.660,00 na conversão do Dólar para o Real) para ficar com as sete peças da icônica apresentadora: um conjunto de gargantilha e par de brincos de brilhantes, ambos no formato de estrela cadente (ou cometa); um anel de ouro branco que imita uma rosa; e outro par de brincos e anel em rubi vermelho.

"O que mais pesa para mim é o valor sentimental. Hebe era uma deusa, minha amiga", disse Lilian nesta quarta à reportagem. O pai dela também foi amigo da famosa apresentadora e chegou a ir a seus programas para cantar com a sua voz inconfundível as músicas românticas que marcaram sua carreira.

Até a última atualização desta reportagem a Polícia Civil havia recuperado quatro das joias furtadas (o conjunto de gargantilha e par de brincos com o cometa e um anel de rosa). Segundo a investigação, uma funcionária da vítima confessou o crime dizendo que furtou as peças porque tem oito filhos e estava precisando de dinheiro pois se encontrava em dificuldades financeiras. A mulher estava trabalhando havia dois meses na limpeza da residência.

Funcionária furtou joias, diz polícia

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Na segunda-feira (6) a funcionária foi levada à delegacia onde indicou o lugar onde as quatro joias estavam e acabou indiciada por "furto qualificado". A mulher negou, porém, que tenha levado as outras três joias que ainda não foram encontradas e são procuradas. Como não houve flagrante, e ela colaborou com policiais, foi liberada para responder ao crime em liberdade. A reportagem não conseguiu localizá-la para comentar o assunto.

De acordo com o 14º Distrito Policial (DP), em Pinheiros, que investiga o caso, a funcionária havia vendido a gargantilha e par de brincos de cometa mais o anel de rosa por R$ 25 mil ao dono de uma casa de joias na Zona Sul da capital paulista. Os policiais foram até o estabelecimento comercial e falaram com o proprietário, que devolveu as quatro peças que já foram de Hebe. Ele não foi detido.

"O suposto receptador das joias ainda está sendo investigado para avaliarmos se ele cometeu crime de receptação culposa, sem intenção, ou dolosa, se sabia que os objetos eram furtados", falou o delegado Felipe Nakamura ao g1.

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Segundo a polícia, Lilian contou que percebeu que as joias haviam sumido de sua casa na última sexta-feira (3), um dia após ter usado elas numa festa na capital paulista. Como ninguém mais entrou na casa onde ela mora com o marido, além dos funcionários, os policiais concentraram a investigação em ouvir os funcionários. A funcionária apontada como a responsável pelo furto não tinha passagens criminais anteriores.

"Mais do que o valor financeiro, a atual dona das joias deixou claro para nós que as joias têm imenso valor sentimental para ela por terem pertencido a Hebe, que foi uma grande amiga dela", disse o delegado. "Fomos à residência e notamos que não se tratava de quadrilha especializada em furtar joias pois não tinham sinais de arrombamento no imóvel. Levantamos então a suspeita de que o crime foi cometido por alguém que tem acesso a casa, possivelmente furtando as peças aos poucos".

Hebe teve joias furtadas em 2008

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Foi a segunda vez que joias da Hebe foram furtadas. A última vez havia sido em 2008, quando ladrões invadiram a residência da apresentadora, também na Zona Oeste de São Paulo, e levaram um cofre com os objetos de valor. À época a polícia não havia divulgado quais eram peças levadas e nem se elas foram recuperadas depois.

Com receio de que as joias de cometa e anel de rosa corram novo risco de serem furtados, Lilian falou à reportagem que, após recuperá-las, as guardou também num cofre, mas que está dentro de um banco.

"Quando o delegado falou: 'Lilian, recuperamos o cometa', eu fui direto à delegacia, coloquei o colar no pescoço para ir embora e depois 'apaguei' pela emoção que senti naquele momento. Agora, além de deixar as joias no cofre do banco, pretendo fazer seguro delas e até da minha sombra", disse a empresária.

Quem foi Hebe Camargo

Hebe foi um dos maiores ícones da televisão brasileira. A apresentadora morreu em São Paulo, aos 83 anos, no dia 29 de setembro de 2012. Ela lutava contra o câncer desde 2010 e morreu, segundo a assessoria do SBT, após sofrer uma parada cardíaca, ao se deitar para dormir, nesta madrugada.

Em mais de 60 anos de história na TV, Hebe tinha um estilo próprio de entrevistar as pessoas. Ela se tornou popular com a expressão “gracinha”, usada para elogiar convidados. Outra marca registrada era dar selinhos nos entrevistados que passavam por seu famoso sofá. Além de usar joias e vestidos.

Nascida em Taubaté, interior paulista, a 130 km da capital, Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani começou a carreira cantando. Entrou para a TV logo após a fundação da primeira emissora brasileira, a TV Tupi, onde ela fazia aparições nos programas como cantora.

Estreou como apresentadora em 1955, no programa “O mundo é das mulheres”, na TV Paulista, a primeira atração voltada especialmente para mulheres. Desde então, passou por emissoras, como a TV Record, Bandeirantes, Rede TV e SBT.

Quem foi Nelson Gonçalves

Nelson Gonçalves permanece eternizado como o símbolo de um Brasil antigo, escreveu o jornalista Mauro Ferreira em 2019 no g1, quando foi comemorado o centenário de nascimento deste cantor gaúcho criado no bairro paulistano do Brás.

Cantor de multidões, Metralha – como Antônio Gonçalves Sobral foi apelidado por conta da gagueira antes mesmo de se firmar com o nome artístico de Nelson Gonçalves – teve sua voz viril projetada nacionalmente nos anos 1940, era do rádio, do bolero e do samba-canção.

Ao todo, entre LPs e compactos (os singles da época de Nelson), o cantor teria vendido estimados 50 milhões de cópias de discos. Número compatível com a popularidade deste intérprete que atravessou modismos e movimentos musicais sem nunca sair de moda sob a ótica dos fiéis ouvintes das rádios e dos discos do barítono.

Fonte: g1

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