O tempo de trabalho ainda é curto, primeiro jogo oficial no comando da Seleção. Mas Arthur Elias mostrou ter a leitura de jogo e o entendimento até aqui do que pode tirar das atletas convocadas.Após um primeiro tempo sem protagonismos e com a alternância de domínio entre Brasil e Canadá, a equipe brasileira apresentou um futebol diferente no segundo tempo e muito pelas trocas feitas pelo treinador.
Com a posse como ponto forte do seu estilo e chegada com força ao ataque, o técnico modificou a postura da etapa inicial e assegurou o resultado com as entradas, principalmente, de Gabi Nunes, Debinha e Bia Zaneratto.
O setor ofensivo tomou uma nova cara, a marcação alta funcionou melhor, ficou mais dinâmico e surtiu efeito: 1 a 0, vitória na estreia, gol de Debinha no apagar das luzes, aos 48 do segundo tempo. Insistência e intensidade até o final foram ingredientes igualmente importantes no triunfo.
O primeiro tempo mostrou um Brasil um pouco confuso para conseguir colocar a bola no chão logo no começo. Em casa, o Canadá começou o jogo pressionando a saída de bola da Seleção, que não conseguia ter a posse, algo importante para a ideia de jogo de Arthur Elias.
Logo em seguida, o Brasil procurou subir a marcação e conseguiu incomodar um pouco mais as rivais. Na direita inicialmente, Marta inverteu posição com Geyse na esquerda e levou um pouco mais de profundidade ao ataque. Cristiane entrou com o papel de jogar como uma centroavante típica, prendendo a linha de zaga e abrindo espaço para a chegada pelos lados. Essa movimentação possibilitou as maiores chances do Brasil. Mas foram poucas.
Na mais clara, Tamires chegou como elemento surpresa na segunda trave e acabou não conseguindo concluir mesmo livre dentro da grande área. Mas, na defesa, a Seleção encontrou problemas por estar muito distanciada e deixando espaço para as rivais.
Em um dos momentos, Gilles quase marcou, mas foi assinalado o impedimento. Jogadora importante de Arthur no Corinthians, Adriana foi o nome do Brasil no primeiro tempo e seguiu assim até deixar o duelo na etapa complementar. Recompôs com precisão na defesa e também chegou ao ataque com perigo pela direita.
Em um dos lances, em um belo chute, obrigou a goleira Sheridan a fazer grande defesa. Um primeiro tempo sem fortes emoções, mas com sinais de que a marcação mais adiantada poderia render um pouco mais. No "placar", a alternância de domínio entre Brasil e Canadá, mas sem gols.
No segundo tempo, um novo Brasil apareceu a partir das trocas feitas por Arthur Elias. Gabi Nunes entrou e, combinada com Debinha e Bia Zaneratto, deu nova movimentação na frente. A jogadora do Levante assegurou eficiência ao fazer o pivô e ainda, ao lado das companheiras, confudiu a marcação canadense.
A seleção também encaixou seu jogo, a marcação pressão fez efeito com um desarme preciso de Antonia, que resultou no gol de Debinha, chegando ao de número 60 na Seleção. Na defesa, Lauren e Rafaelle tiveram a discrição importante para dar a tranquilidade atrás.
O Brasil volta a campo na próxima terça-feira, 19h30 (de Brasília), no segundo amistoso diante do Canadá, desta vez em Halifax - o SporTV transmite ao vivo. A missão é garantir um jogo inteiro sem sobressaltos. E a receita ficou mais evidente quando houve mais dinamismo em campo na etapa complementar.
No restante, as questões já vistas em um passado próximo. A tomada de decisão precisa ser pensada mais no conjunto e não na individualidade. Mas isso, com tempo e ensaio, são os próximos passos de um trabalho que já deu um caminho do novo estilo ao Brasil.
Fonte: ge