O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta terça-feira (21), uma operação contra uma organização criminosa que desviou mais de R$ 6 milhões do futebol de Mato Grosso do Sul. Segundo a investigação, os alvos são membros da Federação de Futebol do estado.
No período de setembro de 2018 a fevereiro de 2023, a investigação levantou que a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul desviou mais de R$ 6 milhões. Francisco Cezário de Oliveira está no sétimo mandato como presidente da federação. A última eleição aconteceu em 2022 e garantiu a ele o comando da entidade até 2027.
A operação “Cartão Vermelho” cumpre 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Ainda não há informação de quem são os alvos das prisões.
A investigação apurou que uma das formas de desvio da organização criminosa era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle.
"A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo governo do estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol", diz a nota do MPMS.
Segundo o Gaeco, os integrantes da organização criminosa realizaram mais de 1.200 saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões. O dinheiro desviado depois era dividido entre os integrantes do esquema.
Durante as diligências, até agora foram apreendidos mais de R$ 800 mil.
O nome da operação, Cartão Vermelho faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.
À reportagem, o advogado da Federação, André Borges, disse que serão dados esclarecimentos assim que tiver mais informações sobre a investigação. “Nessa fase qualquer investigação é sempre unilateral, logo ela será submetida ao necessário contraditório; devemos aguardar os esclarecimentos, que serão prestados, oportunamente”.
Fonte: g1