Um grupo de indígenas invadiu uma empresa de lajes, na tarde desta terça-feira (27), que fica próximo a área onde um condomínio de luxo está em construção - e que já foi alvo de tentativa de ocupação -, em abril.
A empresa fica na rodovia perimetral, que dá acesso às universidades e também à BR-163, em Dourados, e que está interditada por equipes da PM (Polícia Militar), Getam (Grupo Especializado Tático em Motocicletas) e Força Tática.
Cerca de 10 policiais estão no local depois que seis funcionários da empresa foram retirados pelos indígenas de dentro do local, por volta de 13h30. Um dos funcionários ouvidos pelo Jornal Midiamax disse teria visto um indígena com uma pistola.
Aquela região abriga quatro empresas, além de ter uma área em construção de condomínio de luxo - que ficam nos limites da reserva indígena da retomada Yvu Vera.
Ameaça
Ainda conforme os trabalhadores, os indígenas teriam passado nas empresas, na segunda-feira (26), ameaçando-os e pedindo que eles não voltassem para o local. Os indígenas também deixaram um documento formalizando o pedido.
Os funcionários então voltaram ao trabalho, nesta terça, e foram surpreendidos por um grupo entre 30 a 40 indígenas. Uma parte deles entrou na empresa e retirou os trabalhadores.
Após a invasão, os indígenas saíram das dependências da empresa, mas ainda estão no entorno. Os empresários responsáveis pelos locais vão até a delegacia para fazer o boletim de ocorrência contra os indígenas.
Conforme o proprietário da empresa invadida, o prejuízo deve ser de R$ 15 mil por dia, por conta do atraso nas entregas das encomendas.
Indígenas presos em abril
Um grupo de indígenas foi preso no começo de abril durante uma operação de retirada de ocupação, em uma área de construção de condomínio de luxo de Dourados. O terreno está em disputa pela empresa privada e povos indígena.
Cerca de 10 pessoas foram presas e levadas para delegacia pela Polícia Militar, através do Batalhão do Choque e Força Tática, conforme o CIMI (Conselho Indigenista Missionário). A área é reivindicada pela comunidade Yvy Verá, que começaram a ocupação um dia antes, colocando barracas de madeiras, entre materiais de construção. Com isso, as obras foram paralisadas.
Dentre os presos, o ex-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Magno Souza, também foi levado para delegacia prestar esclarecimentos sobre a ocupação, conforme o site Dourados News. Um colete balístico e uma arma de fogo calibre 22 foram apreendidos na ação.