Governo de Mato Grosso do Sul anunciou que vai decretar estado de Emergência Zoossanitária, para intensificar fiscalizações e impedir a entrada de aves contaminadas com a gripe aviária. Até o momento, o estado não tem registro de animais com a doença.
São 632 granjas de aves em todo Mato Grosso do Sul, distribuídas em 39 municípios. O diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Daniel Ingold explicou que o decreto não deve impactar o mercado de exportações dos aviários, já que foi uma medida de prevenção.
"O estado de emergência foi mais uma decisão burocrática, no sentido de viabilizar recursos para a gente continuar o trabalho que a gente já tem feito. Estamos trabalhando com afinco nas fronteiras, não existe nenhuma restrição de consumo de carne, de ovos. Nós também temos o status livre de gripe aviária, isso possibilita a entrada em vários mercados no exterior", ressaltou Daniel.
Após o decreto, o governo federal vai destinar R$ 200 milhões para todos os estados, dos quais Mato Grosso do Sul deve receber cerca de R$ 2 milhões. O recurso será usado para aumentar as estruturas das barreiras sanitárias e intensificar ações de prevenção, principalmente nas fronteiras do Paraguai e da Bolívia, que já registraram casos.
Desde o dia 2 de junho, o estado já vive em estado de Alerta Zoossanitário, quando foi instituído o Sistema de Monitoramento, Avisos e Ações para fins de prevenção à ocorrência da influenza aviária H5N1.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a decisão foi tomada após uma reunião com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro.
"O ministro pediu que seja transformado em Estado de Emergência porque está muito preocupado com o enorme prejuízo que pode representar ao país se essa doença chegar a uma granja de aves", relatou.
Na semana passada, Santa Catarina confirmou uma infecção da gripe aviária em um animal doméstico, o segundo no estado. Em todo país, são 64 casos, sendo 29 no Espírito Santo; 13 no Rio de Janeiro; 8 em São Paulo; 7 no Paraná; 4 na Bahia; 2 em Santa Catarina; e 1 no Rio Grande do Sul.
Em Mato Grosso do Sul, o monitoramento da influenza aviária H5N1 é coordenado pelo Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas (Gease/MS).
Entre as atribuições da Gease, estão:
- A mensuração e acompanhamento diário das informações estratégicas em saúde, especialmente acerca da velocidade de propagação da influenza aviária HSNI em território nacional e internacional;
- Estabelecimento de fatores de riscos, proposição de estratégias de vigilância ativas e passivas;
- Levantamento de condições e de necessidades de insumos para prevenção e aplicação de plano de contingência específico a ser definido, e na edição de boletins informativos quinzenais.
(ex: G1)