Durante uma operação contra o roubo de gado, na região do Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá (MS), dois homens morreram em confronto na quarta-feira (18), afirmou a Polícia Civil. No entanto, família de uma das vítimas alegou que vítima não estava armada.
De acordo com a polícia, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três casas e em duas propriedades na área rural do município.
Foi em uma das fazendas, ressaltou a polícia, que os agentes foram surpreendidos por disparos de arma de fogo realizados, momento em que os policiais revidaram.
Os agentes chegaram acionar o socorro, mas os homens morreram antes de serem atendidos. No local foi encontrada uma espingarda, uma carabina e um revólver que seriam dos agressores.
Polícia também divulgou que nas áreas da propriedade foram encontrados produtos de furto ocorridos recentemente como placas solares, bomba de água e fios de energia elétrica, além cerca de 100 cabeças de gado bovino e equino.
Ainda conforme a polícia, os animais aparentavam sinais suspeitos de remarcação.
Família dá outra versão
Eliete Costa, esposa de um dos homens que morreram durante a operação, procurou equipe da TV Morena em Corumbá e deu outra versão sobre os fatos. De acordo com a mulher, o marido não estava armado.
"Chegou a caminhonete preta e o policial já desceu, falou 'mão pra cima, larga a arma', e já atirou, atirou. Sendo que meu marido tava com a mão pra cima, eu vi. Hora que ele caiu, eles tiraram uma arma que tava enrolada num pano e colocou na mão dele. Dai comecei a gritar que era mentira, que eles foram só pra executar ele", afirmou.
Além disso, Eliete ressalta que o gado não era família, mas havia sido transportada para o local porque a fazenda do dono estava alagada. Também disse que possui os documentos das placas solares e outros objetos que a polícia alegou que eram roubados.
Questionado sobre a versão da família, o delegado responsável pelo caso, Iago Adônis Ismerim Soares dos Santos, rebateu que tinha mandado de busca e apreensão expedido para o local e que a operação foi legítima.
"Os disparos efetuados pelos policiais foram efetuados em legitima defesa a fim de garantir a integridade física dos agentes, sendo o único meio apto a fazer cessar a agressão. Ainda assim, a equipe prestou suporte imediato as vítimas que evoluíram a óbito aguardando atendimento. É importante expor as dificuldades que qualquer atendimento de saúde tem para chegar ao local dos eventos, sendo que por estrada levaria cerca de 5 horas", disse.
Sobre a suposta arma de fogo implantada, o delegado reafirma que o objeto foi apreendido junto com munições na fazenda e passará por "exames de eficiência e recenticidade".
"Não houve qualquer modificação do estados das coisas ou fraude pelos policiais, sendo chamada a perícia à fazenda para realizar exame de local de crime e afastar qualquer interpretação nesse sentido", completou Iago.
Fonte: g1