O diretor técnico da Santa Casa de Campo Grande, Dr. William Lemos, emitiu nota de esclarecimento, nesta quarta-feira (12), informando que o hospital optou por fechar os serviços de psiquiatria após 8 meses de tentativas de negociação com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Segundo ele, desde 7 de dezembro de 2022, o hospital está em contato com a secretaria para obter verbas de manutenção dos leitos da UAPS (Unidade de Atenção Psicossocial), porém sem sucesso.
Lemos afirma que a Santa Casa não tem recurso financeiro para a manutenção desses leitos, e passados 8 meses de tentativas, não houve retorno da Sesau.
“Rotineiramente estabelecemos contato com o Poder Público para regularizar o Serviço de Psiquiatria e continuar a oferecer atendimento à população. Essas tratativas duraram aproximadamente 8 meses, e não obtivemos resultado”, disse o diretor técnico.
Ele destacou que durante esse período, o setor continuou funcionando normalmente, sem o pagamento pelos serviços por parte da Sesau, que custa cerca de R$ 200 mil ao mês com o pagamento de profissionais, insumos e tratamentos.
Lemos também cita na nota que por iniciativa própria os representantes da Santa Casa foram até Brasília, onde visitaram o senador Nelsinho Trad (PSD) e obtiveram os recursos via emenda parlamentar, com valores a serem depositado no Fundo Municipal de Saúde. Porém, segundo ele, o impasse com a Sesau passou a ficar pior por conta da forma que seria o repasse.
“Destacamos que esse dinheiro nunca foi exclusivo da psiquiatria, e sim a verba de custeio do hospital como um todo. Uma vez depositado no Fundo Municipal de Saúde, a Sesau passou a tentar utilizar o valor para custear um serviço que era de sua responsabilidade”, indicou Lemos.
O diretor técnico ressaltou ainda que desde abril envia ofícios a Sesau e ao MPE informando a questão, mas não obteve solução para o impasse, por isso houve o fechamento do serviço.
“O fechamento do serviço foi a única saída que tivemos para continuar equilibrando nosso orçamento e atendendo aos demais serviços que de fato são habilitados em nossa instituição”.
Em nota, a Sesau informou que está em tratativa com o hospital para assegurar a manutenção do serviço.