Publicado em 17/02/2025 às 19:56,
Com o apoio do Governo e parcerias, pequenos produtores rurais começam a implantar agroflorestas e recebem créditos de carbono, consolidando o estado como pioneiro na prática no Brasil.
Mato Grosso do Sul se destaca como o primeiro estado brasileiro a dar início a um projeto inovador de Mercado de Carbono Neutro, com o envolvimento de cerca de 800 pequenos produtores rurais. Por meio da implementação da agrofloresta, que combina o cultivo de árvores, arbustos, plantas agrícolas e, em alguns casos, até animais no mesmo espaço, os produtores começam a plantar 2,5 hectares de agrofloresta cada, totalizando 2.000 hectares de área a ser cultivada com o objetivo de gerar créditos de carbono.
O projeto, lançado oficialmente no assentamento Nazareth, em Sidrolândia, no dia 14 de fevereiro de 2025, marca o início de uma nova etapa para a agricultura familiar no estado. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS), e outras instituições, tem como foco possibilitar aos agricultores familiares a participação no mercado de créditos de carbono, gerando renda a partir da preservação e recuperação ambiental.
Até janeiro de 2025, 95 produtores já foram cadastrados, sendo que 70 deles receberam 9 mil mudas para o início do plantio. O diferencial do projeto está na utilização de uma plataforma desenvolvida pela Rabobank Acorn, que mede o crescimento da biomassa por meio de tecnologia de sensoriamento remoto, permitindo a comercialização dos créditos de carbono para clientes internacionais. O programa é implementado nos três biomas do estado – Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica – e busca diversificar a produção, promovendo práticas agroecológicas e redução do uso de insumos químicos.
Com a adesão da população rural, o secretário Jaime Verruck destacou a importância desse projeto para a estratégia do Governo do Estado de alcançar a neutralidade de carbono até 2030. "Este projeto coloca Mato Grosso do Sul na vanguarda das práticas sustentáveis e, ao mesmo tempo, abre portas para que o agricultor familiar possa contribuir com a redução das emissões de carbono", concluiu Verruck, reforçando a relevância da ação no contexto global das mudanças climáticas.
O Governo de Mato Grosso do Sul se prepara para levar o modelo para a COP 30, prevista para acontecer no Brasil, com o objetivo de replicar o projeto em outras regiões do país, levando a experiência local para o cenário internacional.
Fonte: Portal do Conesul
