Publicado em 16/11/2023 às 04:38,
Em gravação de 100 minutos, atirador mata soldado israelense e avança impunemente pelas ruas de Israel
No extremo-leste de Gaza, a alguns minutos do amanhecer de 7 de outubro, um grupo de extremistas do Hamas aguarda em uma caminhonete branca. Eles se certificam de que suas câmeras corporais estão ligadas e suas armas, prontas.
Uma explosão à distância parece ser o sinal para se mover. Enquanto correm para a fronteira, os homens gritam “Allahu Akbar”, uma frase que significa “Deus é grande” em árabe.
No extremo-leste de Gaza, a alguns minutos do amanhecer de 7 de outubro, um grupo de extremistas do Hamas aguarda em uma caminhonete branca. Eles se certificam de que suas câmeras corporais estão ligadas e suas armas, prontas.
Uma explosão à distância parece ser o sinal para se mover. Enquanto correm para a fronteira, os homens gritam “Allahu Akbar”, uma frase que significa “Deus é grande” em árabe.
Esse registro marca a primeira vez que Israel divulga publicamente imagens dos túneis do Hamas em Gaza, que teriam sido usados nos atos. Fios correm ao longo dos poços, embora não haja iluminação aparente no teto. O único ponto brilhante vem de uma lanterna. Alguns suprimentos são vistos no chão.
Imagens: Hospital em Gaza onde o Hamas mantinha reféns, segundo Israel
Em seguida, os homens no subsolo apontam a lanterna para um poço vertical profundo, onde há uma escada. Há inscrições em tinta spray vermelha nas paredes de concreto. Uma placa diz: “O que está oculto é muito pior”.
A gravação tem 100 minutos ininterruptos, começa antes do ataque e segue até a filmagem ser interrompida. A CNN localizou geograficamente os locais vistos nas imagens e confirmou que correspondem a outras imagens do ataque.
Ao passar pela primeira cerca da fronteira, o atirador com a câmera grita repetidamente: “Vá para a direita!” Ele parece saber para onde se dirige, indicando a profundidade do planejamento e da coordenação do que ocorria.
Menos de dois minutos depois, os extremistas atravessam a segunda cerca de segurança. Eles estão em Israel e se dirigem para um kibutz, correndo por estradas de terra entre campos arados e um grupo de motocicletas. Muitos dos homens têm rifles AK-47, outros carregam granadas penduradas nas costas.
Fogo aberto
Aos 17 minutos de vídeo, a caminhonete para e um atirador abre fogo pela primeira vez em campo aberto. Edifícios israelenses são visíveis à distância. Não está claro se ele acerta alguma coisa. Por alguns minutos, o grupo se reúne e ouve orientações para não desperdiçar munição.
Eles agradecem a Deus por chegar tão longe e se perguntam onde estão os soldados israelenses. Seu movimento tem sido praticamente desimpedido, mesmo após o cruzamento da fronteira.
Em um campo perto da cidade de Kissufim, o homem com a câmara deixa o carro e avança, junto de outros membros da organização. Ele passando por um indivíduo que prepara uma granada. Eles cobrem um ao outro e avançam atirando.
O atirador avista um soldado israelense no chão e, à queima-roupa, abre fogo repetidamente, matando o militar.
Enquanto é alcançado por seus colegas, ele pega o rifle do soldado israelense. O atirador vira a câmera para si mesmo para um vídeo de “selfie”. Ele comemora o feito, diz ter 24 anos e ser pai. Pede a Deus a vitória e o “merecido martírio”.
Veja também: Vídeo mostra ação do Hamas durante invasão a Israel
A partir daqui, o grupo acelera em motos. O atirador grita de alegria ao passar por cadáveres israelenses espalhados pela rua.
65 minutos após atravessar a cerca de Gaza, o homem armado com a câmera corporal e o grupo que viajava à sua volta celebram um reinado quase livre em Israel, viajando impunemente pelas estradas vazias. No trajeto, passaram pelas cidades de Ein HaShlosha e Kisufim.
Neste momento, o grupo se aproxima de uma base militar perto do kibutz de Re’im. O atirador diminui a distância e dispara com a arma que tirou do soldado israelense ao se aproximar do portão. Alguém da base responde.
O homem grita ao ser atingido e cai no chão. A câmera oscila ligeiramente para frente e para trás conforme sua respiração se torna rápida e superficial.
Sua parte no ataque chega ao fim. Mas o terror daquele 7 de outubro persistiria durante horas.
Fonte: CNN