Um empresário, não identificado, foi autuado administrativamente e multado em R$ 9,2 milhões por ter causado incêndio de grandes proporções na Serra do Amolar, principal santuário de biodiversidade em fauna e flora do Pantanal. De acordo com a Polícia Ambiental (PMA), as chamas consumiram uma área de 1.289,67 hectares do bioma.
A Polícia Ambiental identificou através de levantamentos técnicos que o ponto de ignição do incêndio, correspondia ao empreendimento do empresário. Além disso, pelas análises de imagens de satélites, também foi constatado que incêndio teve início no dia 27 de janeiro.
A área queimada pelo fogo é maior do que a metragem de 1 mil campos de futebol juntos - área de 1.289,67 hectares do bioma. O início do fogo foi em uma área de camalotes, espécie de planta aquática típica do Pantanal. Após as chamas saírem do controle, o incêndio consumiu uma grande extensão de morraria.
O fazendeiro teria perdido controle das chamas, que se espalharam rapidamente, em decorrência da forte concentração de elementos combustíveis no solo pantaneiro.
Equipes do Corpo de Bombeiros atuaram no combate ao fogo com o reforço de um avião Air-Tractor. O modelo tem capacidade de transportar até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso.
A PMA informou que ainda que o homem foi autuado administrativamente e foi multado em R$ 9.672.525,00.
Incêndio no mês de janeiro
Imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram mais 310 focos de incêndio no Pantanal, durante o mês de janeiro, número bem maior que os 21 focos registrados no mesmo período de 2023.
De acordo com o biólogo do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figueiroa, o número de incêndios é preocupante, uma vez que essa seria uma época de cheia no Bioma.
"Janeiro naturalmente é uma época de cheia, é quase o auge da cheia no pantanal, quando fica bufando de água por todos os lados, como dizem os pantaneiros. O pantanal tem ficado cada vez mais seco e, consequentemente, mais suscetível ao fogo", esclareceu.