O homem suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, grávida de 8 meses, em Alfredo Chaves, na Região Serrana do Espírito Santo, foi preso no início da tarde desta quinta-feira (18). Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos, era ex-namorado da vítima. A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Espírito Santo. Íris foi assassinada a tiros.
Cleilton foi levado para o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), em Vitória, onde presta depoimento na tarde desta quinta.
Policiais civis realizaram diligências na residência do suspeito, também nesta quinta (assista abaixo). Segundo informações da polícia, o carro de Cleiton foi guinchado e vai passar por uma perícia. A investigação quer apurar se o veículo dele foi utilizado para levar a vítima até o município de Alfredo Chaves, onde o corpo foi localizado.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), o homem foi preso em uma ação conduzida pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves.
Cleiton Santana é formado em Direito. Antes de deletar uma de suas redes sociais, podiam ser vistas as informações "cristão", "investigação forense e perícia criminal" e uma mensagem bíblica.
O corpo de Íris foi encontrado no dia 11 de janeiro. Segundo a polícia, a vítima tinha marcas de tiros no tórax e estava coberta de cal, às margens de uma estrada rural do município. A enfermeira só foi reconhecida pela família na segunda-feira (15).
Além de estar no oitavo mês de gestação quando foi morta. A bebê também morreu, ainda no ventre da mãe. Íris também tinha um filho de 8 anos fruto de um relacionamento anterior.
Cronologia do caso:
- 10 de janeiro: Íris fez o último contato com a mãe por WhatsApp;
- 11 de janeiro: um corpo foi encontrado na zona rural de Alfredo Chaves;
- 15 de janeiro: a família de Íris foi localizada pela polícia e confirmou que o corpo era da enfermeira. O corpo, então, foi identificado e liberado pelos familiares;
- 16 de janeiro: Íris Rocha é velada e enterrado na Serra, Grande Vitória;
- 18 de janeiro: o ex-namorado de Íris é preso suspeito do assassinato.
As diligências que culminaram na prisão tiveram a participação de diversas delegacias da Polícia Civil do ES, da Subsecretaria de Inteligência da Sesp e de outras instituições, que trabalharam em conjunto.
A informação também foi divulgada nas redes sociais pelo governador Renato Casagrande.
O secretário de estado e segurança pública Alexandre Ramalho também se manifestou nas redes sociais. Ele gravou um vídeo, confirmando a prisão do suspeito e também que o caso é tratado como feminicídio.
"A Polícia Civil do Estado do Espírito Santo acabou de fazer a prisão do indivíduo que se relacionava com a enfermeira Iris. [...] Ele está preso e será conduzido para ser ouvido. A investigação toda aponta para que ele seja possivelmente o executor desse feminicídio, assim sendo, responderá na Justiça pelos seus atos".
De acordo com a polícia, o ocorrência está em andamento e mais informações podem ser divulgadas ainda nesta quinta.
Entenda o caso
O corpo de Íris foi encontrado coberto de cal em uma estrada da zona rural de Alfredo Chaves. Apenas nesta segunda-feira (15), o corpo foi reconhecido pela família.
A perícia da Polícia Civil informou que a mulher foi atingida por pelo menos dois disparos na região do tórax. No local do crime também foram encontrados 5 cápsulas de bala.
O corpo da enfermeira foi levado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do estado, onde passou por exames e foi liberado para a família.
A Polícia Civil informou que o fato segue sob investigação da Delegacia de Polícia (DP) de Alfredo Chaves.
Quem era Íris?
Íris era mestranda em Ciências Fisiológicas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), também deu aulas em um curso técnico de Enfermagem e ainda atuava como pesquisadora no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), conhecido como Hospital das Clínicas, em Vitória. Segundo o centro médico, ela era coordenadora do estudo CV-Genes, que avalia o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica na população brasileira.
A Ufes divulgou uma nota de pesar sobre a morte de Íris.
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) também se manifestou sobre a morte de Íris.
"É com profundo pesar que o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) recebe a trágica notícia do falecimento da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, ocorrida de forma brutal em Alfredo Chaves, no sul do estado. A jovem, que dedicou sua vida ao cuidado e bem-estar dos pacientes, foi vítima de um ato de violência que choca a todos nós. Que a memória de Íris Rocha permaneça viva em nossos corações, como exemplo de dedicação e amor à profissão", lamentou o Conselho.
Fonte: g1