Nesta quarta-feira (13), foi dado início as audiências de instrução de processo penal contra 15 acusados de envolvimento em esquema de exploração sexual infantil descoberto pela Polícia Civil de Bataguassu, município que fica a 313 km de Campo Grande.
Dentre as 15 pessoas, duas são mulheres e o restante são homens considerados “importantes”. Na lista de nomes que o Campo Grande News teve acesso aparecem dois policiais militares e cinco empresários, sendo um deles dono de motel na cidade onde a rede atuava.
Há ainda o nome de um advogado, que foi encontrado morto dois meses após a polícia prender os dois cafetões que agenciava as vítimas, todas adolescentes na época dos crimes, algumas com menos de 15 anos.
Na tarde desta quarta-feira (13), foram ouvidos sete dos 15 réus, além de quatro vítimas e três pessoas incluídas no processo como testemunhas.
Corrupção - Ontem, a 24 horas do início das oitivas, a Polícia Civil descobriu que acusados de movimentar a rede de exploração sexual estavam tramando um plano para ‘calar’ as vítimas e evitar depoimentos diante do juiz.
Segundo informações divulgadas pela polícia, o plano dos réus era subornar as vítimas, pagando R$ 2 mil a cada uma, além de bancar viagem a um resort em São Paulo para afastá-las da cidade.
Ainda conforme as investigações, as que recusaram os valores foram constrangidas, recebendo ligações de indivíduos que se autodenominavam faccionados de organização criminosa.
Na intenção de reunir provas para uma nova fase de investigação, agora focada em corrupção ativa de testemunha e associação criminosa, mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos na cidade.
O esquema - Dois cafetões, que exploravam sexualmente adolescentes, favorecendo o turismo sexual na região de Bataguassu, foram presos durante a Operação Força e Pudor, deflagrada pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) no dia 8 de fevereiro do ano passado.
O esquema começou a ser descoberto com a prisão de uma cafetina, que mantinha uma lista de clientes, com servidores públicos, policiais militares e empresários.
Na época, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra uma mulher de 30 anos e homem de 51 anos (os cafetões). Durante as investigações, foi apurado pela polícia que a dupla agenciava diversas adolescentes, inclusive menores de 15 anos.
Os investigados tinham um conjunto de fotos das meninas, o qual era chamado de “cardápio". Cerca de um mês depois, a polícia chegou em 14 pessoas, que eram clientes e constavam em lista. Os nomes dos envolvidos nunca foram divulgados e o processo tramita em sigilo.
Fonte: CAMPO GRANDE NEWS