Publicado em 19/10/2023 às 17:31,

Polícia afirma que duas pessoas morreram em confronto durante operação contra roubo de gado no Pantanal

No entanto, família de uma das pessoas que morreram alegou que gado não era roubado e que vítima não reagiu a abordagem.

Redação, g1
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Durante uma operação contra o roubo de gado, na região do Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá (MS), dois homens morreram em confronto na quarta-feira (18), afirmou a Polícia Civil. No entanto, família de uma das vítimas alegou que vítima não estava armada.

De acordo com a polícia, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três casas e em duas propriedades na área rural do município.

Foi em uma das fazendas, ressaltou a polícia, que os agentes foram surpreendidos por disparos de arma de fogo realizados, momento em que os policiais revidaram.

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Os agentes chegaram acionar o socorro, mas os homens morreram antes de serem atendidos. No local foi encontrada uma espingarda, uma carabina e um revólver que seriam dos agressores.

Polícia também divulgou que nas áreas da propriedade foram encontrados produtos de furto ocorridos recentemente como placas solares, bomba de água e fios de energia elétrica, além cerca de 100 cabeças de gado bovino e equino.

Ainda conforme a polícia, os animais aparentavam sinais suspeitos de remarcação.

Família dá outra versão

Eliete Costa, esposa de um dos homens que morreram durante a operação, procurou equipe da TV Morena em Corumbá e deu outra versão sobre os fatos. De acordo com a mulher, o marido não estava armado.

"Chegou a caminhonete preta e o policial já desceu, falou 'mão pra cima, larga a arma', e já atirou, atirou. Sendo que meu marido tava com a mão pra cima, eu vi. Hora que ele caiu, eles tiraram uma arma que tava enrolada num pano e colocou na mão dele. Dai comecei a gritar que era mentira, que eles foram só pra executar ele", afirmou.

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Além disso, Eliete ressalta que o gado não era família, mas havia sido transportada para o local porque a fazenda do dono estava alagada. Também disse que possui os documentos das placas solares e outros objetos que a polícia alegou que eram roubados.

Questionado sobre a versão da família, o delegado responsável pelo caso, Iago Adônis Ismerim Soares dos Santos, rebateu que tinha mandado de busca e apreensão expedido para o local e que a operação foi legítima.

"Os disparos efetuados pelos policiais foram efetuados em legitima defesa a fim de garantir a integridade física dos agentes, sendo o único meio apto a fazer cessar a agressão. Ainda assim, a equipe prestou suporte imediato as vítimas que evoluíram a óbito aguardando atendimento. É importante expor as dificuldades que qualquer atendimento de saúde tem para chegar ao local dos eventos, sendo que por estrada levaria cerca de 5 horas", disse.

Sobre a suposta arma de fogo implantada, o delegado reafirma que o objeto foi apreendido junto com munições na fazenda e passará por "exames de eficiência e recenticidade".

"Não houve qualquer modificação do estados das coisas ou fraude pelos policiais, sendo chamada a perícia à fazenda para realizar exame de local de crime e afastar qualquer interpretação nesse sentido", completou Iago.

Fonte: g1