Publicado em 19/11/2025 às 09:29,

Sul-mato-grossense está desaparecido há quatro meses após viajar para lutar pela Rússia

Redação, NaviNews
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Fabio Santos com uniforme militar da Rússia

O professor de história Fábio Santos, natural de Mato Grosso do Sul, está desaparecido há quatro meses depois de viajar afirmando que iria lutar pela Rússia na guerra contra a Ucrânia. Ele deixou o Brasil em maio deste ano e, após avisar à família que trabalharia no fronte, nunca mais fez contato.

A irmã dele, Terezinha Sedei, de 52 anos, conta que Fábio ainda chegou a enviar vídeos, fotos e mensagens nos primeiros meses, mostrando parte da rotina militar. Depois disso, a comunicação cessou completamente.

“Faz quatro meses que ele não dá mais notícia. Até então, ele falava com a gente, e outros brasileiros também se comunicavam com a minha irmã. Mas, do nada, sumiu tudo. A gente não tem mais contato”, relata.

Segundo Terezinha, famílias de outros brasileiros que também viajaram para integrar o Exército russo começaram a procurá-la pelas redes sociais. Todas relatam ter perdido contato com parentes em situação semelhante. Ela também recebeu uma informação extraoficial que aumentou a preocupação.

“Falaram que, no sistema do Exército, ele consta como desaparecido. Mas a gente não sabe se é desaparecido porque morreu, se está ferido, se está em missão secreta… ninguém diz nada”, afirma.

A família tem tentado contato com autoridades russas e brasileiras, mas ainda não obteve respostas.

“A gente quer que a Rússia, a embaixada russa, fale o que aconteceu”, diz Terezinha.

A última mensagem enviada por Fábio dizia que ele seguiria para uma região de combate.

“Ele falou que estava indo para a linha de frente, que amava muito a gente. Disse que não sabia quando voltaria a se comunicar e que, assim que pudesse, falaria de novo. Depois disso, nunca mais”, lembra a irmã.

Antes de embarcar, Fábio viveu por anos entre Campo Grande, Rio Grande do Sul e cidades do interior. Trabalhou como corretor, motorista de aplicativo e professor. Segundo Terezinha, ele sempre demonstrou grande interesse pela história russa.

“Ele falava ‘Mãe Rússia’. Era o sonho dele conhecer o país”, recorda.

Mesmo sem notícias, a família tenta manter a esperança.

“A gente tem certeza de que ele está vivo, no nosso coração. Ele deve estar em alguma missão. Ele vai voltar, vai se comunicar de novo. Mas enquanto isso, é essa angústia”, diz.

Terezinha afirma que continuará buscando informações com autoridades e com grupos de brasileiros que também viajaram para integrar as forças russas.

“Tem muitos brasileiros lá. Eu mesma falei com vários. Mas o meu irmão é daqui. A gente só quer uma resposta”, finaliza.