Campo Grande ganha um monumento que destaca a importância da Rota da Bioceânica, também chamada de Rota de Integração Latino-Americana (RILA), a megaestrada que liga os portos de Santos (SP), no Brasil, a Iquique e Antofagasta, no Chile, tendo Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de saída do território brasileiro. O corredor de 3,4 mil quilômetros passará também por Paraguai, onde cruzará a região do Chaco (conhecida por Pantanal Paraguaio) e Argentina.
O monumento será inaugurado nesta quinta-feira (14), às 17h, na praça do Rádio Clube, no centro da cidade. A estrutura terá iconografias e bandeiras dos quatro países por onde passa o corredor rodoviário continental.
A megaestrada, segundo estudos da Empresa de planejamento e logística (EPL) pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias a menos.
Esse ganho logístico representa incremento de competitividade para os produtos sul-mato-grossenses e brasileiros. Além disso, a rota possibilita o incremento da comercialização entre os quatro países por onde passa: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além de promover a integração cultural e o turismo.
Em julho, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), se reuniu com o então presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, para destacar o papel estratégico da cidade para a rota, destacando desde sua localização geográfica privilegiada, além da oferta de recursos humanos e as oportunidades de negócios que despontam com a Bioceânica.
Obras do Rota no Brasil
Na terça-feira (12), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) abriu a licitação para a contratação de empresa ou consórcio para elaboração do projeto e execução das obras do acesso a Ponte da Bioceânica, do contorno rodoviário de Porto Murtinho na BR-267 e do centro aduaneiro de controle de fronteira.
O investimento previsto nestas obras deve variar entre R$ 400 milhões e R$ 480 milhões. As propostas serão recebidas até 16 de outubro. O prazo para a execução dos projetos e obras é de 26 meses. As três obras são fundamentais para viabilizar o trecho brasileiro da Rota Bioceânica.
Entre Porto Murtinho, no Brasil e Carmelo Peralta, no Paraguai, sobre o rio Paraguai, está sendo construída a Ponte da Bioceânica. A estrutura está sendo construída por um consórcio binacional, com investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu. A ordem de serviço da ponte foi dada no dia 13 de dezembro de 2021 pelo governo do país vizinho.
A estrutura terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três troços: dois constituirão os viadutos de acesso em ambas as margens do rio, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de comprimento, com vão central de 350 metros.
Em sua página na internet, o consórcio Pybra, formado pelas empresas Tecnoedil Construtora, do Paraguai, e Cidade Ltda e Paulitec Construções, do Brasil, aponta a conclusão das obras no primeiro semestre de 2025. No início de setembro o Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC) apontou que 35% das obras da ponte de Bioceânica já haviam sido concluídas.
Para acessar a ponte da Bioceânica, pelo lado brasileiro, será construído o acesso, que teve edital licitado pelo DNIT nesta terça, com o contorno rodoviário de Porto Murtinho, e o centro aduaneiro que fará o controle do acesso entre o Brasil e o Paraguai.
O acesso, conforme o edital do DNIT, terá aproximadamente 13,1 quilômetros e partirá do quilômetro 678 da BR-267, até a ponte.
Em agosto, essas obras já haviam sido incluídas na nova versão do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal.
Fonte: g1