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A escravidão já acabou, não sou escravo de ninguém', diz entregador agredido por ex-atleta de vôlei

Max Ângelo explica que estava sendo perseguido por Sandra Mathias de Sá enquanto trabalhava

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Divulgação

O entregador que foi ‘chicoteado’ com uma coleira por Sandra Mathias de Sá, ex-atleta de vôlei, no Rio de Janeiro, busca por Justiça. “A escravidão já acabou. Eu não sou escravo de ninguém. Ela não pode sair fazendo coisas com as pessoas e achar que tá tudo bem”, desabafou Max Ângelo dos Santos, em entrevista à Rede Globo.

A agressão aconteceu no último domingo, 9, no bairro de São Conrado. A ex-atleta saía para passear com o cachorro quando partiu para cima de entregadores que trabalham ao lado do prédio em que ela mora.

Toda a agressão foi registrada em vídeo. Ela chega a retirar a coleira do animal para bater em Max e, em outro momento, mordeu a perna de Viviane Maria de Souza, outra entregadora que atua na região. Imagens também mostram Sandra agredindo outros dois trabalhadores.

Na noite após o caso de agressão, Max não conseguiu dormir e relata que chorou durante toda a noite. Ele foi encorajado por sua esposa, Jaqueline dos Santos, a divulgar as imagens e levar o caso adiante.

Sandra Mathias não é vista pelos entregadores, que seguem trabalhando no mesmo ponto, desde o dia da agressão. Até a última atualização desta matéria, ela também não se pronunciou para a imprensa.

Perseguido

Max explica que estava sendo perseguido por Sandra há alguns dias. A mulher já havia entrado na loja em que eles trabalham dizendo que chamaria a polícia para eles, por ficarem em frente ao local.

Ela também teria intimidado uma funcionária da loja a passar o telefone do chefe direto do entregador para ter acesso a seus dados pessoais. “Ela falou que ia me ferrar, me colocar na cadeira. Eu não sabia com quem eu estava mexendo”, contou, na entrevista.

Max registrou dois boletins de ocorrência como injúria e lesão corporal. O caso segue sendo investigado e policiais buscam por imagens dos sistemas de segurança das lojas da região para conferir se há outros registros de agressões. A agressora e testemunhas foram intimadas para depor.

“Isso pra mim é racismo, com toda certeza. A gente mora aqui, na favela, somos negros, trabalhadores, entregadores. A gente sai de manhã no sol e chuva para matar um leão por dia e temos que ser humilhados dessa forma porque a pessoa acha que tem dinheiro e que é melhor que a outra [pessoa]? Tá errado”, ressaltou o entregador.

A moradora de São Conrado, que se apresenta ainda como nutricionista e dona de uma escola de vôlei de praia, tem outras passagens pela polícia. Ainda segundo a TV Globo, Sandra Mathias de Sá tem registro de furto de energia elétrica - relacionado à escola de vôlei, no Leblon -, injúria e ameaça.

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