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Manaus registrou ventos de 70,4 km/h durante 'tempestade de poeira'

Ventania causou destelhamentos e danos à rede elétrica. Segundo o Censipam, rajadas de vento semelhantes podem se repetir em Manaus neste mês e em dezembro.

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Divulgação

Manaus registrou ventos de 70,4 km/h durante a "tempestade de poeira" que atingiu a cidade na tarde deste domingo (5), segundo o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).

Vídeos feitos por moradores mostram areia voando sobre a cidade e invadindo imóveis (assista acima). Além da "tempestade de poeira", a ventania causou destelhamentos e danos à rede elétrica.

O Censipam afirmou que tempestades como a de domingo são comuns nesta época do ano, em Manaus. Atualmente, o Amazonas está no período de transição entre a estação menos chuvosa, conhecida como "verão amazônico", e a estação mais chuvosa, chamada de "inverno amazônico".

"No trimestre outubro-novembro e dezembro é comum a ocorrência deste tipo de evento, que geralmente são bem localizados, de curta duração, mas que podem precipitar grandes volumes de chuva, por vezes acompanharas de rajadas de vento, descargas elétricas e até precipitar chuva na forma sólida, que chamamos de granizo", destacou o meteorologista Gustavo Ribeiro..

Dessa vez, o temporal criou até uma "tempestade de poeira" em Manaus. Junto com a fumaça das queimadas, que paira sobre Manaus há mais de uma semana, a areia encobriu prédios, e prejudicou a visibilidade.

Choveu pouco na capital durante a tempestade — o volume de água não chegou a 10 milímetros em 24 horas de observação. Mas a ventania causou estragos.

De acordo com a Defesa Civil de Manaus, das 9h de domingo às 9h desta segunda-feira, choveu apenas 2,4 milímetros na Zona Oeste; 2,6 milímetros, na Leste, e 8,8 milímetros, na Norte.

Já as rajadas de vento ultrapassam os 70 km/h, nas proximidades do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. A direção do Aeroporto de Manaus afirmou que o vento não afetou as operações de pousos e decolagens no local.

No entanto, Manaus chegou a registrar três ocorrências de destelhamentos em outros pontos da cidade: dois no bairro Lírio do Vale, na Zona Oeste, e um no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste.

Os ventos também causaram dados à rede elétrica de Manaus, afetando o fornecimento em escolas que aplicavam as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023.

Segundo o Censipam, rajadas de vento semelhantes podem se repetir em Manaus neste mês e em dezembro.

Chuvas

Enquanto a ventania pode voltar a ocorrer, as chuvas devem permanecer abaixo da média para o período, em Manaus. É que o Amazonas ainda sofre o efeitos do El Niño.

"Climatologicamente o mês de dezembro é considerado o primeiro mês da estação chuvosa nesta região da Amazônia, porém este ano estamos sob o Efeito do El Niño, fenômeno climático natural definido como a persistência do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, assim como as águas do Oceano Atlântico na porção norte estão mais quentes que a média", explicou Gustavo Ribeiro.

Conforme os meteorologistas, as condições registradas nos oceanos mudam circulação dos ventos na atmosfera. "Resultando na inibição da formação de nuvens mais robustas. Com isso, reduzindo e atrasando o início das chuvas em grande parte da Amazônia Legal", ressaltou o meteorologista.

Fumaça

Depois do temporal de domingo, a poeira baixou em Manaus, mas a fumaça continua sobre a capital nesta segunda-feira (6).

A nuvem cinzenta vinha encobrindo a capital esporadicamente desde agosto, mas a fumaça ficou mais densa e já dura mais de uma semana.

Nesta segunda-feira, a qualidade do ar continua péssima na capital.

Fonte: g1

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