O detento Gilson Castelan e Souza, de 48 anos, foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (4) no Presídio de Trânsito, localizado no complexo penitenciário de Campo Grande. Condenado por dois feminicídios, ele estava sozinho em uma cela e foi achado enforcado com uma corda artesanal feita de lençóis, por volta das 16h.
A principal hipótese é de suicídio, segundo apuração inicial. A Polícia Civil investiga o caso.
Gilson havia sido preso no último dia 28 de outubro, acusado de matar Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, com 11 facadas no pescoço, costas e cabeça. O crime ocorreu no pátio de uma empresa, no Jardim Columbia, em Campo Grande. Testemunhas relataram que os dois discutiram por causa do valor de um programa sexual, antes de o homem desferir os golpes fatais.
Com a morte de Luana, Mato Grosso do Sul chegou a 32 casos de feminicídio em 2025.
Crime brutal e prisão
Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada após moradores ouvirem pedidos de socorro. Uma testemunha contou que Luana correu até a varanda de uma casa pedindo ajuda, sentou-se em uma cadeira e caiu ao chão, ferida. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado, mas a vítima não resistiu aos ferimentos.
Três testemunhas confirmaram que o autor atacou a mulher enquanto ela estava sentada no pátio da empresa. Após o primeiro golpe, Luana tentou fugir, mas foi atingida novamente nas costas. Gilson fugiu a pé, sendo flagrado por câmeras de segurança seguindo em direção ao centro da cidade.
Pouco tempo depois, o proprietário da empresa informou à polícia que havia falado com o suspeito por telefone. Durante a ligação, Gilson confessou o crime, disse que estava na Avenida Cônsul Assaf Trad e chegou a enviar um áudio admitindo o assassinato.
Em diligências, policiais encontraram o homem caminhando no cruzamento da avenida com a Rua Júlio Prestes, portando uma faca e um celular. Ao ser abordado, resistiu à prisão, sendo contido com spray de pimenta. Ele foi levado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Histórico de violência
Após sua identificação, foi constatado que Gilson já tinha um mandado de prisão em aberto por outro feminicídio, cometido em 2022, contra a ex-esposa Silbene Guia Dolores da Silva, de 40 anos, em Várzea Grande (MT). A vítima, que trabalhava como podóloga, foi morta com 13 facadas, a maioria no pescoço.
Luana deixa cinco filhos menores.


