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Dino autoriza uso da Força Nacional em terras indígenas de MS e em região de fronteiras

Equipes serão enviadas para dar apoio de forma tática à Polícia Federal. Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou ataque à comunidade indígena na região nesta semana.

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Divulgação: Equipes da Força Nacional devem ficar por 90 dias na região. — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou uma portaria, nesta terça-feira (19), que autoriza o uso da Força Nacional em áreas de conflitos entre indígenas e fazendeiros na região do Cone Sul, em Mato Grosso do Sul. O reforço na área de segurança também será enviado às regiões de fronteira.

As duas regiões enfrentam situações delicadas em relação à segurança pública. Algumas cidades do Cone Sul, como Iguatemi, passam por disputas agrárias entre indígenas e produtores rurais. Já na fronteira, a ida da Força Nacional tem como objetivo coibir o tráfico de drogas.

A determinação do Ministério da Justiça vem após o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciar ataque de fazendeiros contra indígenas em Iguatemi. Sobre a ocorrência, a Polícia Federal diz que apura a situação.

A portaria autoriza a permanência da Força Nacional nas duas regiões por 90 dias a ação da Força Nacional. A ida das equipes são para dar apoio à Polícia Federal nas “atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado”.

O documento não especifica a quantidade de dinheiro que será investida e o número do efetivo. “O contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública”.

A portaria entrou em vigor a partir da publicação, no caso, nesta terça.

  Conflito entre indígenas e fazendeiros

No último sábado (16), o Cimi denunciou um conflito entre indígenas do tekoha Pyelito Kue/Mbaraka’y e seguranças de fazendeiros da região. A entidade diz que alguns indígenas ficaram feridos.

Um dia após, a Polícia Federal confirmou o conflito e afirmou ter conhecimento de feridos na região. Antes deste último episódio, o fotojornalista canadense Renaud Philippe, a cineasta e antropóloga Ana Carolina Porto e o engenheiro florestal Renato Farac Galata denunciaram terem sido vítimas de uma série de agressões causadas por um grupo de homens na mesma região.

O trio estava em Mato Grosso do Sul para produzir um documentário sobre o conflito entre indígenas e produtores rurais na região.

Além das agressões e dos xingamentos, os suspeitos teriam roubado todos os equipamentos do casal. O prejuízo financeiro é de mais de 10 mil dólares, segundo as vítimas.

  Mato Grosso do Sul na rota do tráfico 

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Divulgação: Tabletes de drogas apreendidos em ônibus de sacoleiros em MS. — Foto: Defron/Divulgação

Mato Grosso do Sul bateu recorde no número de apreensões de cocaínas neste ano: 32,6 mil quilos, o mais alto em quatro anos. Os números mostram que o estado se tornou um corredor do tráfico internacional de drogas. Os produtos ilegais chegam da Bolívia e Paraguai, e a partir de Mato Grosso do Sul, são levados para os grandes centros do Brasil.

De acordo com a Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foram 14.732 toneladas da droga apreendidas pelas polícias estaduais entre 1º de janeiro de 2023 e 6 de dezembro. Já pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram 17.903 toneladas no mesmo período. Em ambas, o número de apreensões foi o mais alto dos últimos quatro anos.

As fronteiras com Bolívia e Paraguai coloca o estado como um dos principais na rota do escoamento dos entorpecentes. Para a polícia, o aumento nas apreensões de drogas estão ligadas a uma mudança no comportamento do tráfico.

Fonte: g1

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