Um homem de 42 anos foi preso em flagrante, nesta quarta-feira (29), após tentar matar a ex-companheira a tiros e ferir a própria filha, de apenas 7 anos, em Três Lagoas.

De acordo com a Polícia Civil, a vítima procurou a delegacia para denunciar que o ex-companheiro tentou assassiná-la em frente a uma conveniência. O agressor efetuou dois disparos em sua direção. A mulher conseguiu escapar sem ferimentos, mas a criança, filha do casal, foi atingida acima do joelho direito.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do ataque. É possível ouvir a mulher pedindo calma: “Não começa, mano, pelo amor de Deus”. Em seguida, ela grita “não, não!”, e o homem dispara. Em meio ao desespero, a vítima ainda implora: “Minha filha, não, pelo amor de Deus!” — segundos antes de um novo tiro ser disparado. Após o ataque, o suspeito foge em uma motocicleta, enquanto a mulher, em choque, grita por socorro com a ajuda de pessoas que estavam no local.

Durante a manhã, equipes da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) iniciaram as buscas e localizaram o suspeito. Ele tentou fugir em uma moto, mas acabou colidindo com uma viatura descaracterizada da Polícia Civil. Foi detido imediatamente.

Com ele, os investigadores apreenderam três munições — duas de calibre .38 e uma de 9 mm. O homem foi autuado por tentativa de feminicídio e porte irregular de arma de fogo.

A menina foi encaminhada para atendimento médico e não corre risco de morte. O caso segue sob investigação.

Feminicídios em alta no Estado

Com esse caso, Mato Grosso do Sul chega a 32 assassinatos de mulheres em 2025. A vítima mais recente foi Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, morta na noite de terça-feira (28), no Bairro Jardim Colúmbia, em Campo Grande. Ela foi atingida por 11 golpes de faca, que causaram ferimentos profundos na cabeça, pescoço e costas.

Neste mês, outras duas mulheres também foram mortas em circunstâncias semelhantes. No dia 22, Solene Aparecida Corrêa, de 46 anos, foi assassinada em Três Lagoas após uma briga. Poucos dias antes, em 12 de outubro, Andréa Ferreira, de 40 anos, foi morta a tiros dentro da própria casa, em Bandeirantes. O companheiro dela, Carlos Alberto da Silva, de 38 anos, se apresentou à polícia e confessou o crime.

Em 2024, o Estado registrou 35 feminicídios e 87 mulheres feridas gravemente por companheiros ou ex-companheiros — números que mostram a persistência da violência de gênero em Mato Grosso do Sul.

Fonte: Campo Grande NEWS