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Preso com armas, casal ligado a narcotraficante vai usar tornozeleira

Adilson Stein Dominguez e Luana Brites Alves foram presos dia 31 no âmbito da Operação Iporã - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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Armas e munições apreendidas na residência de casal de Ponta Porã (Foto: Divulgação) 

Casal flagrado pela Polícia Federal por tráfico internacional de armas no âmbito da Operação Iporã, segunda-feira (31), em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande), vai ficar em prisão domiciliar. A decisão foi tomada ontem à tarde pelo juiz federal Ricardo Duarte Ferreira Figueira.

Adilson Stein Dominguez, 31, e Luana Brites Alves, 26, serão monitorados por tornozeleira eletrônica. Pesou para a decisão favorável à prisão domiciliar o fato de o casal ter um filho menor de dois anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista.

Os dois são investigados por suposta ligação com a organização criminosa liderada pelo narcotraficante Lucas Barbosa de Almeida, 38, o “Bonitinho”, também preso segunda-feira em Ponta Porã.

Condenado a 10 anos de prisão por tráfico no interior paulista, o traficante morava na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai há 15 anos. Ele usava identidade falsa em nome de “Lucas Alencastro de Almeida”.

Na operação de segunda-feira, a PF cumpriu 11 mandados de busca em Ponta Porã e um em Pinhalzinho (SP), apreendeu veículos, armas e dinheiro, sequestrou seis imóveis e cumpriu ordem judicial para interdição de quatro empresas.

Entre essas empresas está a “Lanaira Moda Fitness”, localizada na Avenida Brasil, centro de Ponta Porã. Registrada em nome de Luana Brites Alves, a loja é investigada por supostamente ter sido usada para lavagem de dinheiro do narcotráfico.

Durante buscas na casa de Adilson e Luana, os policiais federais apreenderam sete armas e pelo menos 300 munições. Segundo a PF, além da lavagem de dinheiro do comércio de drogas, os dois são suspeitos de tráfico internacional de armas.

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Loja de moda fitness localizada no centro de Ponta Porã, interditada pela Justiça (Foto: Divulgação)

O casal foi autuado em flagrante por crimes do Sistema Nacional de Armas e ontem à tarde levado para a audiência de custódia. Ao analisar o flagrante, o juiz federal lembrou que a apreensão de “substancial quantidade de armas de fogo, munições e acessórios” ocorreu durante cumprimento de mandados de busca e apreensão e que o casal é investigado por tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de capitais.

Ricardo Duarte Ferreira Figueira citou também como motivo para a decretação da prisão preventiva o fato de o local do crime ser região fronteiriça, “sem quaisquer limites físicos para a transposição de fronteiras entre o Brasil e o Paraguai”, o que representa risco à aplicação da lei, além do alto poder aquisitivo dos investigados.

Entretanto, ao decidir pela prisão domiciliar, o magistrado levou em conta o fato de Adilson e Luana terem filho pequeno, que faz terapia ocupacional de 3 a 4 vezes na semana em consultório de Dourados, a 120 km de Ponta Porã.

“A soma da idade da criança com a evidenciada imprescindibilidade dos genitores para os cuidados especiais dela, sem descuido dos princípios da prioridade absoluta e proteção integral da criança, determina a imposição da prisão domiciliar”, afirmou o juiz.

Entretanto, ele entendeu ser necessário o monitoramento eletrônico diante do risco de fuga e de continuidade das ações criminosas e autorizou deslocamento do casal dentro do município de residência e deslocamento até Dourados, local de tratamento da criança.

“Bonitinho” – Na segunda-feira, Ricardo Duarte Ferreira Figueira decretou a prisão preventiva de Lucas Barbosa de Almeida por uso de documento falso. Ex-integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), ele vivia escondido na fronteira, usando identidade falsa.

“Bonitinho” foi preso na Rua Papagaio, 110, no bairro Cooophafronteira, região norte da cidade. Quando os agentes chegaram e pediram sua identificação, o traficante entregou uma CNH (Carteira Nacional em nome de Lucas Alencastro de Almeida. Por isso, além de cumprir o mandado de prisão preventiva, a PF o autuou em flagrante por uso de documento falso.

“A prisão preventiva se revela necessária para garantia da ordem pública, dada a gravidade em concreto do delito, tendo em vista que o uso de documento falso perdurou por ao menos 15 anos, e garantiu a evasão do acautelado [Lucas de Almeida] do sistema penal, de modo que, pelo apurado até o momento, se evadiu, quando progrediu do regime fechado para o regime semiaberto”, citou o magistrado.

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