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Maior contrabandista de armas da América Latina, Diego Dirísio é preso na Argentina

A prisão foi feita pela Interpol. Ele foi preso junto com sua esposa, Julieta Nardi Aranda, que também era fugitiva da Justiça paraguaia.

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O contrabandista Diego Hernan Dirísio foi preso no começo da tarde desta sexta-feira (2) em Buenos Aires, na Argentina. O criminoso é tido como maior traficante de armas da América Latina.

Dirísio foi preso junto com sua esposa, Julieta Nardi Aranda, que também era fugitiva da Justiça paraguaia. O casal estava foragido desde o fim de 2023.

O traficante comandava esquema de tráfico do Paraguai, mas é cidadão argentino (clique aqui para saber mais).

A prisão foi feita pela Interpol e comunicada ao superintendente da Polícia Federal (PF) na Bahia, delegado Flávio Albergaria. É dele a investigação que desvendou o esquema de tráfico internacional de armas que abastecia facções criminosas aqui no Brasil.

Dirísio é o principal alvo de uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho —, movimentando R$ 1,2 bilhão.

Pesa contra ele e a mulher pedido de extradição para responderem presos ao processo criminal no Paraguai. Dirísio realizava a venda das armas por meio de sua empresa IAS, com sede no Paraguai.

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"Ele é o dono da empresa, que coordena todas as atuações da empresa, fazia as tratativas diretas para a venda e revenda com ciência de que essas armas deveriam ser raspadas e destinadas ao crime organizado. Isso foi provado na investigação e essa foi a maior dificuldade no início da operação", disse o delegado Flávio Albergaria.

Quem é Diego Dirísio

O argentino Diego Hernan Dirísio é considerado pela Polícia Federal como o maior contrabandista de armas da América do Sul. Ele foi o principal alvo de uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho —, movimentando R$ 1,2 bilhão. A Justiça da Bahia conduziu a operação.

Dirísio realizava a venda das armas por meio de sua empresa IAS, com sede no Paraguai.

A investigação da PF começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação.

A operação foi realizada pela Polícia Federal da Bahia, em parceria com Ministério Público Federal (MPF) e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) com o Ministério Público do Paraguai.

Neste período foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.

As investigações apontaram que o empresário argentino mora no Paraguai e comprava milhares de pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de vários fabricantes europeus (Croácia, Turquia, República Tcheca, Eslovênia).

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E por meio de um esquema que envolvia doleiros e empresas de fachada no Paraguai e em Miami, EUA, a empresa IAS, de Diego Hernan Dirísio, revendia os arsenais para as maiores facções brasileiras, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo a PF, de novembro de 2019 a maio de 2022, a empresa IAS, importou 7.720 pistolas de um fabricante na Croácia.

A investigação também aponta a compra e venda de 2.056 fuzis produzidos na República Tcheca e mais de cinco mil rifles, pistolas e revólveres de fabricantes na Turquia. Ao menos 1.200 pistolas também foram importadas de uma fábrica na Eslovênia: um total de 16.669 armas.

Fonte: g1

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