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57 trabalhadores de MS são resgatados de condições análogas à escravidão no Paraná

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Alojamentos não tinham espaço adequado e acumulavam lixo. 

A Auditoria-Fiscal do Trabalho resgatou 57 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão em Itambé, no norte do Paraná. Entre as vítimas, 46 são indígenas da etnia Guarani Kaiowá, oriundos do Mato Grosso do Sul.

A operação, iniciada em 16 de outubro de 2025, foi divulgada nesta quarta-feira (22).

Os trabalhadores foram recrutados no Mato Grosso do Sul com a promessa de emprego na Usina Renuka Vale do Ivaí S/A, em São Pedro do Ivaí (PR), por meio da empresa terceirizada Manutec Manutenção e Conservação Ltda. O processo seletivo ocorreu em três aldeias indígenas.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o grupo foi abandonado em alojamentos precários, sem alimentação, transporte ou itens básicos de higiene. As vítimas não recebiam salários, não tinham registro em carteira e não realizaram exames admissionais. Um dos trabalhadores chegou a ser hospitalizado após ser picado por uma aranha.

Durante as investigações, os auditores constataram a existência de servidão por dívida, já que os trabalhadores foram obrigados a comprar produtos em um supermercado antes da viagem, com a promessa de desconto em folha. A dívida total chegava a R$ 45 mil.

A Usina Renuka informou que está colaborando com as autoridades. Já a Manutec afirmou, em nota, que rompeu o contrato com a Renuka no início de outubro, alegando inadimplência da contratante e falta de condições de trabalho. A empresa disse ainda ter sido a primeira a denunciar o caso aos órgãos públicos.

Em negociação com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), a usina se comprometeu a pagar as verbas salariais e rescisórias devidas aos trabalhadores. O MTE apura responsabilidades criminais e danos morais coletivos.

Os resgatados serão encaminhados de volta ao Mato Grosso do Sul, e este é considerado o maior resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão registrado no Paraná nos últimos anos, segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho.

Fonte: g1MS

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