Uma hora antes de ser morto com pelo menos 8 tiros, o sargento Eduardo Filipe Santiago Ferreira compartilhou um vídeo rindo com o amigo que o matou, o policial William Amaral da Conceição.
Amaral foi preso em flagrante. Os dois policiais eram compadres de batismo dos filhos e estavam de folga. Ainda não se sabe o que motivou o crime.
"Eles estavam bebendo num bar. Eles beberam, estavam bem. Do nada aconteceu, ninguém sabe dizer o motivo, por que aconteceu, porque eles eram amigos", disse Mariana Monteiro da Cruz Rodrigues, ex-mulher de Santiago.
O crime aconteceu na madrugada deste domingo (19) na Avenida Jambeiro, em Vila Valqueire, na Zona Sudoeste do Rio.
Durante uma discussão dentro do carro, Santiago sai gritando:
“Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, Santiago, mano!”, disse a vítima. “Vai tomar no c*! Eu vou te matar!”, respondeu o colega. “Amaral, é o Santiago!”, ainda insistiu o outro.
Na imagem da câmera do condomínio, o Fiat Idea onde estavam Santiago e Amaral aparece parado no meio das faixas à direita do canal da Avenida Jambeiro.
Um motociclista de aplicativo buzina, reclama e manobra para prosseguir.
Santiago, que estaria ao volante, desce com dificuldade pelo lado do carona. Já na pista, tenta dialogar com o compadre.
O amigo também sai do Idea, já com uma pistola em punho, mas de um jeito atrapalhado. Amaral chega a rolar no asfalto, e nem com o tombo larga a arma. “Vai tomar no c*!”, xinga. Ele se levanta e, cambaleando, vai atrás de Santiago.
Mais súplicas e tiro
Por alguns segundos, os sargentos saem do quadro. Santiago reaparece à frente do carro, ainda desarmado, e pede calma com as mãos. “Eu vou te matar!”, diz Amaral. “É o Santiago, mano!”, responde.
Amaral, ainda fora do carro, dispara. Santiago então tira uma pistola da cintura e revida. Ele ainda tenta se abrigar na porta aberta do carona, mas Amaral o persegue.
Uma equipe do batalhão de Santiago é acionada e o encontra sem vida. Amaral estava sentado no meio-fio com a arma do crime.
Ele foi preso em flagrante e internado sob custódia no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, e depois transferido para o Hospital Central da PM, no Estácio. Ele já recebeu alta.
Amaral alegou à polícia que não lembrava do momento dos disparos. Ele também relatou à PM, antes da chegada da Polícia Civil, que teriam sofrido uma tentativa de assalto. No entanto, não há evidências de um ataque.


